Marcando um terço do campeonato, conquistar o GP de Mônaco é o auge na carreira de qualquer piloto, um triunfo que combina habilidade, coragem e um toque de glamour no coração do Principado.
A história da Fórmula 1 em Mônaco é uma narrativa fascinante de desafios técnicos e momentos memoráveis. Desde a sua primeira corrida, o Grande Prêmio de Mônaco tem sido um dos eventos mais prestigiados no calendário da categoria. Correndo pelas estreitas ruas do Principado, os pilotos enfrentam curvas apertadas, mudanças de elevação e a ausência de áreas de escape, o que faz do circuito de Monte Carlo um dos mais difíceis do mundo.
Precisão é a chave, porque um deslize pode ser o fim da corrida para algum deles.
NOS LIVROS DE HISTÓRIA
Por se passar em um dos chamados microestados, que são relativamente menores do que outros países que recebem a categoria, o Grande Prêmio de Mônaco assume um caráter um tanto quanto exclusivo e, de certa maneira, luxuoso. Este circuito de rua ocupa boa parte das vias públicas e exige que a maioria das atividades cotidianas sejam interrompidas para que os eventos possam acontecer normalmente.
Em um final de semana de corrida, o país gira, literalmente, em torno do GP.
Mônaco recebeu a primeira corrida em 1950, no mesmo ano do primeiro campeonato mundial da categoria. Nessa época, Juan Manuel Fangio venceu de ponta a ponta - um feito, até então, inédito -, conquistando a vitória com sua Alfa Romeo. No entanto, foi apenas em 1955 que o Grande Prêmio de Mônaco se tornou parte oficial do calendário da F1, consolidando-se como uma das etapas mais tradicionais e reverenciadas do esporte.
Entre todos pilotos que já correram nessa pista, nenhum nome brilha mais em Mônaco do que o de Ayrton Senna, conhecido como o "Rei de Mônaco". Senna venceu pela primeira vez no Principado em 1987 ali colecionou seis vitórias entre 1987 e 1993. Em 1988, mesmo conquistando a pole position, Senna foi ultrapassado por Alain Prost, que alcançou o lugar mais alto do pódio.
LEGADO “VERDE E AMARELO"
Após o Grande Prêmio da Emilia Romagna, que contou com diversas homenagens a Roland Ratzenberger e Ayrton Senna, chegou a vez de Mônaco receber os tributos para o piloto brasileiro.
Duas semanas antes do Grande Prêmio de Mônaco, um desfile especial foi realizado no circuito, reunindo familiares de Senna e pilotos do grid atual para uma homenagem durante o Grande Prêmio Histórico de Mônaco. Nesse evento, o sobrinho de Ayrton, Bruno Senna, pilotou a icônica McLaren MP4/5B, enquanto o atual campeão da Fórmula 3 e piloto de desenvolvimento da academia McLaren, Gabriel Bortoletto, conduziu o kart do campeonato sul-americano de 1977, ambos pertencentes a Ayrton. Tudo isso aconteceu nas ruas que Senna costumava dominar.
A McLaren continuou com as homenagens ao trazer uma pintura especial para seu carro neste fim de semana, modelo apelidado de McLaren Senna, e para os macacões dos seus pilotos, nas cores verde, amarelo e azul. Além disso, Lando e Oscar também fizeram capacetes personalizados em parceria com a marca Senna, que remetem ao legado do piloto brasileiro.
O chefe da equipe, Zak Brown, afirmou durante a apresentação da pintura que:
“O time se sente orgulhoso em reconhecer e celebrar a vida extraordinária e o legado nas corridas de Senna… que permanece reverenciado e respeitado como o maior ícone da fórmula 1 e o mais condecorado piloto da McLaren, onde seu impacto foi enorme, não só através do seu histórico de corridas mas também do seu envolvimento a com a equipe, e hoje, do seu legado…
DE OLHO NO CIRCUITO
O chamado Circuit de Monaco tem algumas particularidades que deixam ele ainda mais diferente dos outros do campeonato. Com uma extensão de 3,337 km, é o menor circuito da modalidade e por isso é o único que não excede a distância total de 305 km exigidos pela FIA, que aprovou uma cláusula especial para que o circuito pudesse permanecer recebendo corridas mesmo com essa condição.
Indo no sentido horário, com 19 curvas - um tanto quanto apertadas - e apenas uma zona de DRS, os pilotos são desafiados pela mudança de elevação e pelas ruas estreitas da capital monegasca durante 78 voltas que exigem grande atenção e alta habilidade, uma vez que pequenos erros podem custar caro na busca de resultados.
“Mônaco é tão específica que nós precisamos começar um pouco como se fosse uma ‘página em branco’. Os treinos livres são super importantes para construir ritmo de pouco em pouco, mas eu estou confiante de que vamos nos sair bem” disse Charles Leclerc, vice-líder do campeonato e piloto da casa, para o Sky Sports ao ser perguntado sobre suas expectativas para o fim de semana.
Buscando um equilíbrio entre a velocidade nas retas e a precisão nas curvas lentas, as equipes e os pilotos encontram em Mônaco a oportunidade perfeita para se consagrarem entre os melhores do esporte. A famosa curva do Hairpin, o setor mais lento de todo o campeonato, força os pilotos a reduzirem suas velocidades a até 40 km/h, testando ao máximo suas habilidades de condução.
ANTES DE IR…
Alguns acontecimentos e curiosidades marcaram o Grande Prêmio de Mônaco.
Alberto Ascari, em 1955 e Paul Hawkins, em 1966, acabaram com seus carros nas águas do Mediterrâneo durante as corridas. Tempos depois, mudanças foram feitas no circuito para evitar situações como essas.
A McLaren é a equipe que mais venceu, com Alain Prost em 1984, 1985, 1986 e 1988, Ayrton Senna, de 1989 a 1993, Mika Häkkinen em 1998, David Coulthard em 2000 e 2002, Kimi Räikkönen em 2005, Fernando Alonso em 2007 e Lewis Hamilton em 2008.
Lewis Hamilton mantém o recorde de volta no circuito, marcando 1:12.909 em 2021.
O vencedor do último Grande Prêmio de Mônaco, em 2023, foi Max Verstappen, com Fernando Alonso e Esteban Ocon completando o pódio.
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Escrito por: Giovanna Carvalho
Editador por: Monique Mavillyn
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