Sucessor de Hamilton e nova joia da Mercedes: conheça Kimi Antonelli
- Giovanna Carvalho
- 4 de fev.
- 5 min de leitura
Com a saída de Lewis Hamilton da Mercedes depois de doze anos juntos, a equipe se viu na necessidade de encontrar um substituto para o heptacampeão o que, vamos combinar, não parece ser a tarefa mais fácil de todas - mas, aparentemente, o chefe da equipe, Toto Wolff, já tinha tudo resolvido. E foi ali que surgiu o nome: Andrea Kimi Antonelli.

O caminho até aqui
Kimi nasceu em Bolonha, cidade ao norte da Itália, em 2006. O automobilismo foi constante na sua vida desde pequeno, seu pai, Marco Antonelli, foi campeão europeu de carros de turismo, competiu a GT3 e até a Fórmula 4, além de possuir uma equipe própria de kart: a AKM Motorsport.
Marco falou que tentou levar o filho para outro lado e incentivou ele a jogar futebol quando era menor, mas que, apesar de Kimi também ser bom nos campos, “o apelo dos motores era muito forte e o amor pelo automobilismo venceu”.

Antonelli correu em um kart pela primeira vez em 2015, quando tinha apenas sete anos. Mas, aos oito, já começou a competir, e na sua primeira prova, que aconteceu na cidade italiana de Adria, Kimi ganhou largado da pole position a abrindo sete segundos de vantagem para o segundo colocado.
Ainda no kart, competiu e venceu a Grande Final de EasyKart Internacional, ganhou duas vezes a Euro Series da WSK, a Super Master Series e foi bicampeão - em 2020 e 2021 - do Campeonato Continental de Kart. No seu “currículo” ele também carrega um terceiro lugar na WSK Super Master Series e um vice-campeonato na WSK Final Cup - tudo isso antes dos quinze anos de idade -.
Com seus ótimos resultados, Kimi atraiu os olhares das “grandes” do automobilismo e, apesar de ter sido sondado pela Ferrari - que não seguiu com as negociações principalmente pela pouca idade de Antonelli -, fechou contrato com a academia de pilotos da Mercedes em 2018, na semana do Grande Prêmio de Mônaco, e tem sido observado de perto pela equipe desde então.
Rumo a Fórmula 1
Sua história nos carros de Fórmula começou apenas em 2021, quando disputou as três últimas rodadas da F4 italiana pela PREMA - naquela ocasião ele conseguiu três pódios e terminou o campeonato em décimo lugar -. No ano seguinte, ele competiu a temporada completa e se sagrou campeão com 13 vitórias. Ainda em 2022, ele colocou mais alguns campeonatos na sua conta: disputou quatro - e venceu duas - corridas da F4 dos Emirados Árabes e foi campeão da F4 alemã.
Em 2023, competiu a FRECA (Fórmula Regional Europeia) e foi campeão no seu ano de estreia, além de ter competido e ganhado, simultaneamente, a Fórmula Regional do Oriente Médio. Os resultados iam impressionando cada vez mais a academia e por causa disso Kimi “queimou” uma etapa, quando a Mercedes optou por pular a Fórmula 3 e subiu o garoto direto para competir na F2 em 2024. Com isso, surgiram as famosas comparações e Kimi começou a ser considerado o “novo Max Verstappen”, já que o tetracampeão, assim como ele, não correu uma das categorias de base ao pular a Fórmula 2.
Antonelli teve um começo difícil na Fórmula 2, mas ainda assim conquistou duas vitórias, na Hungria e na Inglaterra, o que, somado com alguns pódios, fez com que ele terminasse a temporada na sexta colocação.
Foi durante o Grande Prêmio da Itália de 2024, em Monza, na sua home-race, que a notícia finalmente veio. Naquele fim de semana, Kimi teve a oportunidade de guiar o W15 pela primeira vez ao realizar o TL1 da etapa italiana, mas a felicidade não durou muito tempo, o garoto perdeu o controle do carro e acabou batendo na parabólica. Mas nem mesmo o acidente frustrante foi capaz de evitar o iminente: o breaking da sua contratação veio horas depois e Kimi foi anunciado oficialmente como substituto de Lewis Hamilton a partir da temporada de 2025, assumindo seu lugar no cockpit da Mercedes ao lado de George Russell.

As expectativas em cima do prodígio
Kimi vai ser o primeiro novato a começar na Fórmula 1 correndo pela Mercedes em desde Karl Kling, em 1954. Isso porque, todos os outros pilotos que passaram pela escuderia alemã, desde Michael Schumacher, até George Russell e Lewis Hamilton, passaram por outras equipes antes de ocupar o assento Mercedes.
Fato que, só reforça a fé que Toto Wolff está colocando - e tem demonstrado publicamente - no jovem prodígio. Wolff afirmou que escolheu Antonelli “cinco minutos depois” de Hamilton anunciar sua ida para a Ferrari, mas procura minimizar as expectativas em cima da temporada de estreia do italiano: “Se você espera que ele esteja na pole position em Melbourne, vença a corrida e imediatamente concorra pelo título, então o risco é alto porque isso não vai acontecer. Se levarmos em conta que ele tem apenas 18 anos, é muito talentoso, mas precisa crescer e cometer erros primeiro, o risco é menor”.
O austríaco ainda relembrou o talento do argentino Franco Colapinto ao citar jovens promessas e afirmou, mais uma vez, que querem construir bons pilotos que se adaptem ao novo regulamento de 2026: “Franco Colapinto também causou um impacto imediato. De repente, todos perceberam que os jovens estavam começando em um nível muito alto. Nós vemos 2025 como um ano de transição e queremos prepará-lo para 2026, quando tudo começará do zero para todos”.

Além de Toto Wolff, o próprio Lewis Hamilton - que deixou a equipe no fim da temporada de 2024 - deu sua opinião sobre a carreira de Andrea: “Acho que seria bom que as pessoas se lembrassem de que ele está completando 18 anos e que tem um futuro brilhante pela frente. Estou muito animado para ver e acompanhar seu progresso. Vi uma foto nossa há pouco, acho que em 2018, e ele era uma das crianças e eu estava apertando suas mão na frente do grid, então é emocionante. Obviamente, você se lembra da idade que tem quando tem essas experiências. Mas estou ansioso para ver seu crescimento e sua jornada na Fórmula 1”.
E completou:
Foi isso que a McLaren fez comigo e funcionou bem. Antonelli teria a chance de trabalhar com os melhores da categoria, aprender com pessoas com quem trabalhei por muitos e muitos anos. É um peso muito grande sobre os ombros de alguém, mas, como eu disse, é um ambiente excelente e acho que eles serão capazes de cuidar dele e levá-lo adiante.
Senna Sempre
E, apesar de não ser brasileiro, Kimi parece ter uma ligação muito forte com um dos nossos. Antonelli já citou Senna como sua maior inspiração diversas vezes, mas agora, o italiano vai levar o número 12 em seu carro de Fórmula 1 em homenagem a Ayrton.

Além disso, sempre faz questão de reafirmar o impacto que o brasileiro teve na sua carreira: “Não tive a chance de vê-lo correr ao vivo, mas assisti a muitos vídeos e consegui entender o quanto ele era especial. Ele é meu ídolo porque sempre extraia o máximo de tudo que fazia, aprendendo constantemente”.
“Fiz muita pesquisa sobre ele e entendi que não foi apenas um grande piloto, mas também uma grande pessoa. Gostaria de pensar que sou como ele neste sentido. Se pudesse, adoraria ter sido companheiro de equipe dele. Seria muito difícil, mas eu aprenderia muito”.
Kimi faz sua estreia como piloto de Fórmula 1 em março, quando o Albert Park, em Melbourne, na Austrália, recebe a primeira corrida do calendário de 2025 da categoria. E aí Drivers, ansiosos para ver como o pupilo da Mercedes vai se sair a partir de agora?
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