Aston Martin e Honda correrão juntas em 2026
- Monique Mavillyn
- 8 de jun. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 9 de jun. de 2023
Os rumores do retorno da montadora japonesa Honda à Fórmula 1 não ficaram apenas no plano dos achismos, uma vez que parceria foi fechada com a equipe britânica.

Os anos de glória finalmente chegaram para a Red Bull, depois de oito anos consecutivos de domínio da Mercedes. Com a conquista do título pela Honda em 2021, a parceria com a equipe que recebe peças da montadora Honda Motor Co., Ltd. parecia ter uma longa vida pela frente. No entanto, eles não contarão com o apoio dos asiáticos no novo cenário da Fórmula 1, que será estabelecido em 2026.
Embora a Honda tenha ‘’encerrado’’ suas atividades no final de 2021, devido ao fato de a equipe de Milton Keynes ter lançado sua própria divisão de motores - Red Bull Powertrains -, um acordo foi firmado para que a ela continuar a fabricação, montagem e suporte para os motores, com os emblemas da Honda Racing Corporation (HRC) aparecendo nos carros Red Bull e AlphaTauri até 2025, tempo máximo que manterá o atual regulamento. Tal acordo foi possível pela regra de congelamento de motores da F1, o que teoricamente passou a dispensar investimento em desenvolvimento.
Após o anúncio de saída, o presidente da HRC Koji Watanabe não descartou a possibilidade de retornar ao esporte, e disse que estariam de olho nas regras de motores para 2026 e acompanhariam esse processo.
Não é uma porta fechada. Meu entendimento é que a F1 está discutindo para decidir os regulamentos para 2026, e definitivamente a direção é a neutralidade de carbono. Essa é a mesma direção que nós. Portanto, não precisamos [divergir] da neutralidade de carbono pela F1 agora. Provavelmente também é uma boa oportunidade para estudar F1 neutro em carbono. Afirmou Watanabe ao MotorSport
Dito e feito.
Com o término da relação, os japoneses ficaram com “carta branca” para pensar em seu retorno à categoria no início da aplicação do novo regulamento, podendo mapear quais equipes estariam disponíveis para fechar uma parceria na nova era da F1.
Quando as inscrições foram abertas para a categoria, a Honda oficialmente se inscreveu na FIA para se tornar fornecedora dos novos motores de 2026, acabando com os rumores e provando que o plano era real.
A partir desse momento, Toshiro Mibe, presidente e CEO da Honda, confirmou que várias equipes manifestaram interesse em fazer negócios, mas foi a Aston Martin, liderada pelo bilionário canadense Lawrence Stroll, que fez a melhor proposta.
Fomos abordados por várias equipes, tivemos muitas discussões, debatendo se queríamos ou não participar em 2026. E nisso recebemos ótimas propostas de várias equipes. Mas, em particular, a oferta da Aston Martin, a determinação deles de vencer de qualquer forma nos tocou. Achamos que a visão e a paixão deles é bem similar à nossa, disse ao MotorSport.
Segundo o CEO, com os novos regulamentos a chave para a vitória será um motor elétrico compacto, leve e de alta potência com uma bateria de alto desempenho capaz de lidar com alta e rápida saída de energia, bem como a tecnologia de gerenciamento de energia.
Com a parceria Aston Martin e Honda oficializada, significa que a Aston romperá com a Mercedes, deixando de usar a unidade de potência fornecida até 2025. No entanto, ela terá acesso à experiência técnica e ao know-how da Honda, enquanto a montadora terá a chance de competir em alto nível e desenvolver ainda mais suas tecnologias.
"Gostaria de dar as boas-vindas à Honda e à HRC à Aston Martin Aramco Cognizant Formula One® Team. Compartilhamos uma motivação mútua, determinação e ambição implacável para ter sucesso na pista. A Honda é um titã global e seu sucesso no automobilismo é duradouro e incrivelmente impressionante. Gostaria de agradecer ao Sr. Mibe e ao Sr. Watanabe, e toda a equipe da HRC enquanto embarcamos juntos neste futuro emocionante a partir de 2026." comentou Lawrence ao firmar o acordo com a fabricante.
Ao inaugurar sua nova sede em Silverstone, que além da fábrica, possui simulador e os demais departamentos esportivos, e conta com um novo túnel de vento – algo que o time jamais teve antes, Lawrence disse que o investimento, o qual ultrapassou a casa dos R$1,5 bilhão, foi necessário para o desenvolvimento da equipe, a qual inclusive veio forte na temporada de 2023.

Após esse up grade e a nova aliança com a Honda, Martin Whitmarsh, CEO do Grupo Aston Martin Performance Technologies, disse que a parceria “é uma das últimas partes do quebra-cabeça que se encaixa nos planos ambiciosos da Aston Martin na F1.”
O ano de 2026 promete agitar o grid, especialmente com a presença de seis fornecedores, incluindo o retorno da Ford em parceria com a RBR, trazendo momentos nostálgicos para os fãs da categoria que vivenciaram o duelo com a Ferrari, e uma regulamentação totalmente nova.
Comments