Herói nacional e homenagens especiais: o que esperar do Grande Prêmio do Japão?
- Fala Driver´s
- há 5 dias
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Depois de duas corridas de madrugada para começar a temporada, seguimos para - adivinhem só - mais uma dessas, que faz os fãs de Fórmula 1 serem os únicos acordados em um raio de muitos metros.
Após uma semana de descanso, temos agora uma triple header para enfrentar: começando pelo Japão, passamos pelo Bahrein e terminamos na Arábia Saudita.
Com a McLaren no topo dos construtores e Lando Norris liderando o campeonato de pilotos pela primeira vez na sua carreira na Fórmula 1, as escuderias desembarcam em Suzuka neste final de semana (03-06) - onde as outras nove equipes buscam resultados para reverter esse cenário -.

ZOOM IN na etapa
A etapa japonesa é conhecida como uma das mais características e mais icônicas etapas do calendário. Isso porque o Japão recebe a Fórmula 1 desde 1976; naquela época, a corrida acontecia no Fuji Speedway. Além desse, o circuito de Aida também sediou a etapa em duas oportunidades.
O circuito atual chegou alguns anos depois da estreia, em 1987, quando a corrida foi transferida para o circuito de Suzuka. Inaugurado em 1962, antes de se tornar palco das etapas da categoria, era utilizado apenas como pista de testes para a Honda.

Com 5.807 km de extensão, 18 curvas - 10 para a direita e 8 para a esquerda - e apenas uma zona de DRS, entre a última e a primeira curva, o circuito parece um “oito” desconfigurado, com uma seção sobrepondo a outra. Os bons resultados nessa pista dependem de uma série de fatores: controle de velocidade e downforce, uma escolha estratégica de pneus - que pode mudar completamente de acordo com o clima do final de semana - e grande técnica nas curvas de alta velocidade. Durante a corrida, no domingo, os pilotos enfrentam 53 voltas.
A etapa já foi, por muitas vezes, palco de decisões: desde as antigas, e dentro delas, dois títulos de Ayrton Senna, que até hoje, é muito amado pelos fãs japoneses, que possuem grande senso de identificação com o brasileiro; até as mais recentes, como o bicampeonato de Max Verstappen, em 2022. Somando todas, o Japão foi palco de treze decisões do campeonato e apelidado, carinhosamente, de “casa dos campeões”.
Nasce uma promessa
Os olhos dos fãs do mundo inteiro estarão em uma garagem específica neste fim de semana: a da Red Bull Racing. A etapa marca a estreia de Yuki Tsunoda como companheiro de equipe de Max Verstappen, na escuderia A do grupo Red Bull.
Yuki entra na equipe substituindo o neozelandês Liam Lawson, que troca de lugar e volta para o seu assento na Visa Racing Bulls, escuderia B da equipe. A famosa “dança das cadeiras” movimentou muito a internet nessa última semana e gerou diferentes opiniões dentre os que acompanham a categoria.
Os fãs nipônicos, então, não só vão presenciar um piloto japonês no grid, como também poderão vê-lo começando sua jornada em uma equipe de ponta, durante sua home race. Não tem como ficar mais especial do que isso.
Entre pegadinhas e homenagens
A temporada da Fórmula 1 costuma reservar momentos especiais quando as equipes decidem trocar a pintura dos seus carros. Algumas até aproveitam de situações - ou datas - para dar corda à imaginação do público, como é o caso da Kick Sauber.
O C45, tradicionalmente verde-neon vibrante - visto e reconhecido de longe -, pregou uma peça em muitos com um design ousado que simula um corte de carne para o Grande Prêmio Japonês. Numa jogada criativa de marketing, a equipe transformou seu carro numa verdadeira peça de “steak” vermelho-sangue, numa clara referência ao nome do seu principal patrocinador.
Nas redes sociais, a Sauber aproveitou o momento com humor, publicando: “Alguém verificou a data de validade desta estaca?” - brincando com a sonoridade similar entre “Stake” e “Steak”, enquanto sugeria que o inusitado visual poderia ter prazo de expiração curto.

E a data em que tudo isso aconteceu? Se você disse 1° de abril, acertou! Agora nos resta saber se foi realmente uma pegadinha no dia da mentira, ou se Nico Hulkenberg e Gabriel Bortoletto irão correr em um carro completamente fora do padrão.
Na outra ponta do grid , uma escuderia se despede de uma longa parceria. A Red Bull Racing chega no Japão com um look all white.
A pintura especial é inspirada no RA272 da Honda, que conquistou sua primeira vitória no esporte em 1965. Os dois RB21 vem pra Suzuka comemorando o 60° aniversário da primeira vitória da Honda na Fórmula 1.
Esta será a segunda vez que a Oracle Red Bull Racing corre de branco para homenagear a Honda. No entanto, o “Q a mais” vem justamente com a presença de Yuki Tsunoda no volante de um dos carros da equipe principal - existe jeito melhor de representar a conexão entre a equipe austríaca e o Japão?

Além dessas, a Haas é outra que busca trazer um pouquinho da cultura oriental na sua livery. O VF-25 traz flores de cerejeira e detalhes rosa, acelerando pelo circuito de Suzuka com a homenagem às sakuras - ou árvores de cerejeira - que, no Japão, representam a beleza efêmera, a renovação e a celebração da primavera, que no país, acontece entre o fim do mês de março e o início de abril.

Os “mais” do Japão
O recordista de vitórias no circuito é Michael Schumacher, com seis vitórias, mas logo atrás dele vem Lewis Hamilton, com cinco - trazendo a possibilidade de um empate, caso o britânico vença neste fim de semana -. Na lista de vencedores também temos Sebastian Vettel - com quatro triunfos na conta -, Max Verstappen - com três - Gerhard Berger, Ayrton Senna, Damon Hill, Mika Hakkinen e Fernando Alonso - cada um com duas -, além de Valtteri Bottas, que conta com uma vitória no circuito.
Falando de velocidade, o recorde oficial da pista é de Lewis Hamilton, que marcou 1:30.983 em 2019.
Relembrando a última etapa
Em 2024, Suzuka ficou marcada por problemas e triunfos. Três pilotos abandonaram a corrida: Guanyu Zhou, com problemas no câmbio do seu carro, e Daniel Ricciardo e Alex Albon, que saíram após colisão.
Apesar disso, foi a casa de uma das nove vitórias de Max Verstappen - o piloto, que havia abandonado a corrida anterior por problemas com a frenagem do seu carro, saiu na pole position e conquistou sua 57° vitória da categoria naquela ocasião -. Sérgio Perez e Carlos Sainz completaram o pódio ao lado do piloto holandês, que também marcou a volta mais rápida da corrida: 1:33.706.
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