Brasil em dose dupla, campeonato “acirrando” e a volta das corridas noturnas. O que você precisa saber sobre o Grande Prêmio do Bahrein?
- Giovanna Carvalho
- há 6 dias
- 5 min de leitura
Depois de uma vitória tranquila - com T maiúsculo - de Max Verstappen na corrida japonesa, seguimos para a segunda etapa da triple header - e a primeira da temporada com um horário razoável para nós, brasileiros que acompanhamos o esporte -.
Nesse fim de semana (11-13) a Fórmula 1 desembarca no Bahrein. Com o ótimo resultado do piloto holandês, Lando e Max seguem para a próxima corrida com apenas um ponto de diferença os separando no campeonato - será que teremos um novo líder dos pilotos pós-bahrein?

ZOOM IN na etapa
Construído em 2002 e projetado pelo arquiteto alemão Hermann Tilke - responsável também por designs de pistas icônicas, como Spa-Francorchamps e Yas Marina - o Circuito Internacional de Bahrein recebe provas de Fórmula desde 2004, quando se tornou a primeira etapa da história a ser sediada no Oriente Médio.
A corrida passou a fazer parte do calendário da Fórmula 1 todos os anos desde sua estreia — com uma única exceção em 2011, quando a etapa foi cancelada devido a protestos relacionados à instabilidade política local, durante o período da Primavera Árabe.
Em 2014, o Grande Prêmio foi disputado pela primeira vez à noite, em comemoração aos dez anos do circuito no campeonato. Para isso, uma série de holofotes foi instalada ao longo do traçado, substituindo a luz do dia por um verdadeiro espetáculo de luzes noturnas.
A mudança elevou a experiência do evento de forma significativa: tanto para os fãs — que passaram a enfrentar temperaturas mais amenas nas arquibancadas — quanto para os pilotos, que, teoricamente, passaram a contar com melhor aderência e mais facilidade no gerenciamento dos pneus -. E, a partir dali, a corrida passou a ser disputada à noite e, fala sério, quem não ama uma corrida noturna?
O circuito sedia também os testes pré temporada, antes das etapas oficiais, quando os os carros vão à pista pela primeira vez no ano, mas, dessa vez, o desafio é outro. Desde que os testes aconteceram, em fevereiro, os carros já sofreram alterações, danos e atualizações, então, é importante que as equipes façam um tipo de conexão com os dados coletados no início do ano e nas últimas etapas, para poder trabalhar com isso em busca de melhores resultados em Sakhir.
Com 5.412 km de extensão, 15 curvas - 9 para a direita, 6 para a esquerda - e 3 zonas de DRS, o traçado é muito conhecido pelas suas longas retas, seguidas de curvas que chegam a até 90 graus - o que exige técnica dos pilotos, que precisam reduzir drasticamente a velocidade de seus carros -. Para se sair bem na corrida, as equipes precisam encontrar o equilíbrio perfeito entre velocidade, tração dos pneus e um alto nível de downforce… não é trabalho para qualquer um 👀
No domingo, os pilotos enfrentam uma corrida com 57 voltas. E os desafios de Sakhir vão “assombrar” as equipes por muito tempo mais. A etapa permanece no calendário por mais, pelo menos, uma década, seguindo contrato com a Fórmula 1 até 2036.
Dois brasileiros & rookies everywhere
Bahrein vai marcar uma daquelas etapas com carinhas novas por toda parte. Isso porque, neste ano, cada equipe vai precisar ceder quatro sessões para pilotos novatos/em desenvolvimento, sendo duas de cada um dos seus pilotos - o dobro em relação ao ano passado -. Então, algumas escuderias estão “se livrando” da responsabilidade logo cedo.
Seis das dez equipes do grid confirmaram novos pilotos no TL1: Luke Browning entra no lugar de Carlos Sainz, na Williams; Dino Beganovic substituí Charles Leclerc, na Ferrari; Frederik Vesti assume o assento de George Russell, na Mercedes; e Ayumu Iwasa o de Max Verstappen, na Red Bull. Além desses, Ryo Hirakawa, que era piloto desenvolvimento da Academia Alpine até a etapa passada - e chegou até a fazer o TL1 pela equipe em Suzuka, no carro de Jack Doohan -, se despede da escuderia francesa e se junta à Haas, como piloto reserva e parte da parceria estratégica entre a equipe e a Toyota.
O piloto japonês vai cumprir com as quatro sessões obrigatórias dentro da Haas, começando agora no Bahrein, no carro de Oliver Bearman, e assumindo assento nos treinos livres de Barcelona, México e Abu Dhabi. Por último, mas nem de longe menos importante, Felipe Drugovich - piloto reserva e de testes da Aston Martin desde 2022 - vai pilotar no TL1 no carro de Fernando Alonso. Com isso, ele se junta a Gabriel Bortoleto e marca a primeira vez, desde 2022, que dois brasileiros dividem a pista em uma sessão da categoria.

Categorias de base e expectativas numa pista conhecida
Junto com a Fórmula 1, a etapa de Bahrein traz de volta também a F2 e a F3, categorias com as quais Gabriel Bortoleto é muito familiar. Nas suas últimas visitas ao circuito, ganhou a feature race da Fórmula 3 e largou da pole position na Fórmula 2. Agora, o piloto brasileiro chega ao Oriente Médio com a expectativa de buscar seus primeiros pontos como piloto de Fórmula 1, correndo numa pista conhecida:
“Estou ansioso para voltar ao Bahrein, vai ser outra oportunidade de desenvolver o que eu aprendi até agora e continuar melhorando. Também voltei à fábrica no começo da semana para me preparar melhor para a corrida. Além disso, conheço essa pista muito bem em comparação com Melbourne, Shangai e Suzuka. As condições aqui podem ser um desafio adicional, com a pista se desenvolvendo ao longo do fim de semana e o vento tendo um grande papel, mas estou preparado para tudo que este fim de semana pode trazer. Cada sessão vai ser uma chance de forçar mais, de adaptar e progredir”.
Os “maiores” no Bahrein O recordista de vitórias da etapa é Lewis Hamilton, que já ganhou cinco vezes no circuito, seguido de perto por Sebastian Vettel, com quatro vitórias, e Fernando Alonso, com três. A equipe mais vencedora é a Ferrari, que já subiu ao degrau mais alto do pódio em Bahrein por sete vezes. Falando de velocidade pura, o recordista de volta é o espanhol Pedro de La Rosa, que marcou 1.31:447, em 2005.
Relembrando a última etapa
Em 2024, Bahrein foi outra daquelas nove vitórias de Max Verstappen. O piloto holandês largou na pole position e conquistou a volta mais rápida do fim de semana - 1.32:608 -. O pódio foi completado pelo seu, até então, companheiro de equipe, Sérgio Pérez - marcando uma dobradinha para a Red Bull - e por Carlos Sainz, que ainda defendia as cores da Ferrari.
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