A “maldição do segundo piloto”: Yuki Tsunoda é promovido para a Red Bull
- Giovanna Carvalho
- 27 de mar.
- 3 min de leitura
Se as apostas para o primeiro rookie dispensado na temporada estavam todas em Jack Doohan, da Alpine, todos foram surpreendidos com o breaking dessa quinta feira (27): Liam Lawson foi “rebaixado” de volta para a Racing Bulls.

O piloto neozelandês, que assumiu o assento de Sérgio Pérez na equipe principal da Red Bull para a temporada de 2025, teve apenas as duas corridas iniciais para provar o seu valor - o que não aconteceu, já que nessas ele somou um DNF e um 12º lugar, respectivamente -.
Quem vai ocupar seu lugar na Red Bull a partir do Grande Prêmio do Japão é seu antigo companheiro de equipe, Yuki Tsunoda, que estreia pela equipe principal na sua home race - que responsa hein -.
O japonês, que está na Racing Bulls desde 2021, quando a equipe ainda era Alpha Tauri, já havia comentado, sob outros contextos, sobre a possibilidade de assumir a tão cobiçada vaga:
“Tudo que eu posso controlar é a minha performance, como eu venho mostrando ao longo deste ano. Eu confio em mim mesmo e mostro resultados constantes tanto quanto posso. Então espero que eles mudem de ideia. E mesmo que nada mude, eu sei o que eu posso fazer quando eu chegar até a Red Bull, então só preciso me preparar ao máximo e deixar que eles decidam”. Disse em entrevista durante o GP de Las Vegas 2024
Segundo o jornal holandês De Telegraaf, a decisão foi tomada logo após o Grande Prêmio da China, motivada principalmente pelos resultados ruins de Lawson no fim de semana - que foi o mais lento tanto na sprint quanto na classificação regular -.
O acordo supostamente envolveria, inclusive, maior financiamento da Honda - montadora japonesa que fornece motores para a equipe desde 2019 - para o seu representante compatriota, o que torna todo o contrato mais atrativo ($e é que você$ me entendem) para a Red Bull.

A “maldição” do segundo piloto Red Bull
É basicamente isso que parece ser. Nos últimos anos, a equipe austríaca tem enfrentado dificuldades para encontrar um segundo piloto que performe tão bem quanto o primeiro — o que, convenhamos, é complicado o suficiente quando seu primeiro piloto é Max Verstappen. Yuki Tsunoda entra na lista como o sexto companheiro de equipe do piloto holandês dentro da Red Bull.
Liam Lawson agora passa por uma situação semelhante à de Daniil Kvyat e Pierre Gasly, que, depois de algumas corridas na escuderia principal, também foram “rebaixados” de volta para a segunda equipe. Mas qual o motivo de toda essa falta de paciência por parte da Red Bull? E por que os segundos pilotos parecem não acompanhar o ritmo do primeiro?
Christian Horner, chefe da equipe, antes da troca definitiva, afirmou que Liam receberia todo o apoio necessário, mas que eles precisavam pontuar com os dois carros para brigar pelo título de construtores — que acabaram perdendo no ano passado, depois de anos de dominância, por causa dos resultados ruins somados por Sérgio Pérez.
Ele também acrescentou, após o anúncio oficial: “Foi difícil ver Liam lutando ao volante do RB21 nas duas primeiras corridas e, como resultado, tomamos coletivamente a decisão de fazer uma substituição antecipada. Depois de um início tão difícil, faz sentido agir rapidamente para que Liam possa ganhar experiência ao continuar sua carreira na Fórmula 1 com a Racing Bulls”.
Por outro lado, Alex Albon — que também já foi vítima da dança das cadeiras da Red Bull — afirmou, alguns anos atrás no Podcast High Performance, que o carro da escuderia é difícil de pilotar: “Muitas pessoas dizem que o carro é construído em torno dele, que é como Michael Schumacher foi na Ferrari... Max tem um jeito único de pilotar, não é fácil se adaptar. Todo mundo tem um estilo. Eu diria que o meu é um pouco mais suave, mas gosto de um carro com um bom trem de frente, bem afiado, bem direto. O Max também gosta, mas o nível de ‘afiado’ dele é totalmente diferente”.
Enquanto a equipe precisa urgentemente de bons resultados de ambos os pilotos para não sair em maior desvantagem, esses pilotos não ganham tempo suficiente para se adaptar ao estilo de pilotagem do carro — e o medo de a escuderia “queimar outro piloto” assombra a comunidade de fãs do esporte.
A pergunta que fica agora é: será que Yuki Tsunoda sobe para “quebrar a maldição” ou ele se tornará apenas mais um na lista de pilotos que “não vingaram” dentro da escuderia? Isso, só o tempo vai dizer — ou a falta dele, no caso da Red Bull. E vamos poder começar a entender a nova dinâmica da equipe já na semana que vem, quando a Fórmula 1 retorna para uma Triple Header, iniciando no Grande Prêmio do Japão (2-4).
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